PARA REFLETIR
A Lei de Deus reflete o seu caráter
Os Dez Mandamentos podem ser reduzidos a dois mandamentos: Amar a Deus e amar ao próximo. Todos eles tratam do amor. Amamos a Deus adorando-o e usando o seu nome corretamente. Amamos nossos pais honrando-os. Amamos nosso cônjuge sendo fiéis a ele. Amamos nosso próximo protegendo sua vida, respeitando a sua propriedade e dizendo-lhe a verdade. O Deus que deu esses mandamentos é o Deus do amor, que quer que nós o amemos e compartilhemos seu amor com outros. Como disse Jesus, “aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14.21a; cf. 1Jo 5.3a). Se isso é verdade, não podemos separar a lei de Deus do amor de Deus.
Resumindo: os Dez Mandamentos manifestam o caráter de Deus. Eles revelam sua soberania, sua justiça, sua santidade, sua honra, sua fidelidade, sua providência, sua veracidade e seu amor.
Quando reconhecemos como Deus se derramou em sua lei, torna-se evidente que ele não poderia ter nos dado quaisquer outros mandamentos senão esses que nos deu. Os Dez Mandamentos expressam a vontade de Deus para a nossa vida porque se fundamentam em seu caráter. Isso ajuda a responder a um antigo dilema, o dilema que Platão apresentou em um de seus famosos diálogos: Deus ordena a lei porque a lei é boa ou a lei é boa porque Deus a ordena?[1] A resposta é: ambos! A lei, com toda a sua bondade, resulta da bondade do caráter de Deus. A lei é boa porque Deus é bom, e sua bondade impregna cada aspecto de sua lei. (Estudo bíblicos expositivos em Êxodo, volume 1, de Philip Graham Ryken, Cultura Cristã)
[1] O dilema é apresentado em Euthyphro, em que Platão faz Sócrates perguntar: “Os deuses amam um ato porque ele é piedoso, ou ele é pior porque os deuses o amam?” Veja Samuel Enoch Stumpf, Socrates to Sartre: A History of Philosophy, 3 ed. (Nova York: McGraw-Hill, 1982), p. 38.
