PARA REFLETIR
A glória de Deus e a sua providência
Deus deu pão ao seu povo para mostrar que ele é o Senhor. Era algo que ele já havia demonstrado aos seus inimigos. Ele mostrou aos egípcios que era o Senhor ao afogá-los no mar em suas carruagens. Agora, ele mostraria ao seu próprio povo a mesma coisa, só que dessa vez ele o faria satisfazendo suas necessidades. A carne e o pão lhes dariam uma experiência pessoal de primeira mão com seu senhorio. Os israelitas já sabiam que Deus era o Senhor de Israel, mas agora eles aprenderiam isso novamente por meio de sua própria experiência.
Outra maneira de dizer isso é que Deus mostraria a Israel a sua glória. A glória de Deus é sua reputação. É sua honra, o peso do seu caráter, a soma de todas as suas perfeições divinas. Saber que ele é Senhor significa, portanto, conhecê-lo como o Deus da glória. Para ajudar seu povo a ver o quão glorioso ele é, Deus lhes permitiu vislumbrá-la: “Disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do Senhor, pois ouviu as vossas murmurações. Quando Arão falava a toda a congregação dos filhos de Israel, olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem” (Êx 16.9-10).
Mais uma vez, Arão serviu como porta-voz de Deus. Ele reuniu o povo na presença de Deus e então lhe mostrou a glória de Deus. O que o povo viu foi a shekinah, a nuvem gloriosa da presença e proteção de Deus. Deus estava glorificado na nuvem, que era uma manifestação visível de sua majestade invisível. Mas Deus também foi glorificado quando enviou o maná e as codornas. Sua provisão milagrosa aumentou sua reputação como o Deus que ouve e o Deus que cuida. Sempre que Deus provê para o seu povo, isso acontece para o louvor da sua glória.
No livro de Êxodo, devemos esperar que Deus faça coisas para a sua própria glória. Se não aprendermos nada mais desse livro, aprendemos pelo menos que somos salvos para a glória de Deus. Em cada fase da libertação de Israel, Deus fez o que fez – e do modo que fez – para receber todo o louvor e toda a glória. Por mais previsível que isso se torne, não existe lição mais importante do que esta: Deus faz tudo para o bem último da sua glória. Sempre que ele provê, ele acrescenta um pouco mais de peso à sua reputação.
Deus faz a mesma coisa por nós. Há glória na providência ordinária de Deus. Sempre que ele cuida de nossas necessidades ou nos poupa de um perigo, sempre que ele nos capacita para o arrependimento dos nossos pecados ou para a fé em suas promessas, sempre que ele opera as coisas de modo que parecia ser impossível, reconhecemos um pouco mais da sua glória. Ou pelo menos deveríamos. Se não estivermos dando glória a Deus após tudo o que ele tem feito por nós, o que mais será necessário? (Estudos bíblicos expositivos em Êxodo, volume 1, de Philip Graham Ryken, Cultura Cristã)
