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Firmando os Passos: Lição 11 – José, o governador

PARA REFLETIR

Como José pode perdoar assim, quando tantas vezes nós somos incapazes de fazê-lo?

Um elemento-chave foi sua capacidade de ver claramente o propósito de Deus que está sobre tudo como um arco: “para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45.5). Ele reconheceu que, mesmo quando outros pecavam contra ele, Deus ainda estava fazendo algo bom em sua vida e na vida deles. O pecado dos irmãos acabou sendo parte essencial do plano de Deus de prover alimento para seu povo durante o tempo de fome, como também de levá-los até o Egito, onde o capítulo seguinte de suas vidas se desenrolaria [Deus preserva o seu povo].

Se formos capazes de reconhecer que a obra graciosa de Deus continua mesmo por meio dos pecados de outros, aprendemos melhor como perdoar. Talvez alguém tenha pecado contra você de modo profundamente dolorido. Você vê que, como Deus sempre faz a sua vontade, e como ele sempre opera para o bem, isso também deverá ser algo que ele fará operar para o seu bem? Talvez a sua situação o torne capaz de ver mais claramente o próprio coração. Sua provação pode mostrar-lhe a necessidade desesperada de outros crentes e a sua necessidade do próprio Deus. Tal verdade poderá encorajá-lo ao longo do caminho custoso da reconciliação.

Colocado desse jeito, todo o processo do perdão poderá parecer fácil e banal: lembrar que Deus sempre está fazendo algo bom quando as pessoas pecam contra você, e você conseguirá perdoá-las como José perdoou, com um sorriso alegre. Na vida real, claro, raramente é tão simples assim. Por vinte anos, José não pôde ver um único pedacinho de evidência de que Deus fosse transformar seu sofrimento em bem. Pelo contrário, pode ter parecido que qualquer esperança de reconciliação com seus irmãos fosse impensável. Assim também, pode demorar longo tempo para que enxerguemos o que o Senhor está fazendo através dos dolorosos pecados de outros contra nós. Os planos de Deus para nosso bem nem sempre serão simples e transparentes. Talvez precisemos que outros venham a nosso lado para nos ajudar a discernir o fruto que ele está produzindo em nossa vida na terra da aflição.

 A firme esperança, o evangelho segundo José, de Iain M. Duguid e Matthew P. Harmon, Cultura Cristã.

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