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O compromisso do Professor – Parte 1

Há vários anos tenho o privilégio de dar treinamentos aos professores da escola dominical e líderes da área do ensino em geral. Em vários desses treinamentos, em diversas cidades no nosso país, pergunto aos participantes se eles concordam com a seguinte afirmação:

O ministério de ensino é como uma maratona.

A resposta tem sido um grande sim, afinal é um ministério que, como a corrida, exige treino, disposição física, concentração, uma boa dose de disciplina e compromisso para tirar fora tudo o que impede conquistar o objetivo final. Em seguida, eu faço a seguinte pergunta:

Já que exige tanto, o que leva você a participar dessa corrida?

As respostas são variadas: “não tinha ninguém para assumir a função”, “gosto de dar aula”, mas a resposta que mais me chama a atenção é “porque esse é o meu chamado”.

Essa resposta me leva ao início das cartas paulinas. Na maioria delas vemos claramente que Paulo se apresenta como apóstolo que foi chamado pela vontade de Deus. Uma dessas cartas é Colossenses, e convido você a observar algumas características do ministério de ensino do apóstolo Paulo que nos encoraja nessa maratona.

1. Relacionamento com Deus e consciência do seu chamado (Cl 1.1-2,13, 24-25)

Nós aceitamos a função de professor por muito motivos, mas o que nos move a permanecer e realizar esse ministério com excelência é a nossa relação com o Senhor. Fomos resgatados do império das trevas e transportados para o reino da luz. Mediante a nova condição em Cristo, reconhecemos que foi o próprio Deus quem nos chamou, e é pela vontade dele que ensinamos crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Imagine que alguém que você admira muito e tem um cargo elevadíssimo o chamasse para fazer parte de sua equipe de trabalho. Posso imaginar a sua alegria e espanto, mas nada disso pode ser comparado com o fato de que foi o Senhor, o Mestre dos mestres, o Senhor do universo que escolheu você para desempenhar esse ministério junto aos alunos que ele mesmo separou para estarem em sua classe. Nada é por acaso.

O nosso chamado é acompanhado de responsabilidades que, primeiramente, foram atribuídas pelo Deus, conforme lemos no verso 25, “me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por Deus a mim atribuída (…)” (NVI).

Nosso compromisso de lecionar com excelência tem como base o relacionamento com o Senhor, a consciência do chamado que é acompanhado por responsabilidades.

Para refletir

• Professor, quais são as evidências objetivas de que você recebeu o chamado para o ensino?

• Quais são os seus planos em relação ao desempenho da sua função?

• Líder de ensino, sua equipe sabe o que é esperado de cada um, ou seja, quais são as responsabilidades, direitos e deveres de cada membro e também dos alunos?

2. Dedicação à oração fervorosa em favor dos alunos (Cl 1.9-12)

Leia atentamente o texto acima que é a oração de Paulo pelos colossenses. Marque quantas vezes ele usou as expressões todo, toda, pleno e inteiro. O apóstolo não economizou na intensidade da sua súplica em favor dos crentes da igreja em Colossos. Lendo essa oração de Paulo fui confrontada com o tipo de oração que fazia pelos meus alunos. Elas eram específicas em relação aos problemas que eu sabia que estavam enfrentando, mas genéricas e tímidas em suplicar por uma vida com Deus profunda e radiante. Confrontei até mesmo o tipo de oração que fazia por mim. Graças a Deus pela sua Palavra que nos confronta e conforta.

O professor que tem um real compromisso com a excelência do ensino deve dedicar-se à oração fervorosa por seus alunos, em vez de se acostumar somente com o básico. Ouse orar para que você e seus alunos transbordem do pleno conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual. Dessa maneira, poderão viver de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Assim, vocês serão fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e paciência, com alegria, dando graças ao Pai, que os capacitou a participar da herança dos santos na luz.

Em Colossenses 1.4-5 e 2.8, vemos que Paulo era muito bem informado sobre o que se passava na vida dos crentes em Colossos, da mesma forma, busque conhecer seus alunos, relacione-se fora da classe e veja o impacto em suas orações em favor deles.

Para refletir

• Como você tem orado pelos alunos que o Senhor lhe confiou?

• Escreva uma oração em favor deles com base no texto de Colossenses 1.9-12. Deixe essa oração em local visível.

Dica

O aplicativo YouVersion tem uma área para lista de oração. Que tal escrever o nome de cada aluno e suas necessidades, em seguida, a sua oração com base no texto de Colossenses?

Continuaremos essa prosa em outra publicação…

Editorial do Jornal Brasil Presbiteriano, Ano 63 nº 804 – Novembro de 2021

Márcia Barbutti Barreto é Editora da Cultura Cristã para material Infanto-juvenil.

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