Em Josué 3 vemos que, pela segunda vez, os Israelitas encontram “águas arriscadas” em sua jornada do Egito a Canaã. A diferença entre o Mar Vermelho e o rio Jordão é que o primeiro representa uma saída, e o último, uma entrada. O mar aponta para o território ao qual eles nunca devem retornar. O rio aponta para o território que se estende diante deles e na direção que devem prosseguir. No mar, o inimigo está atrás; no rio, o inimigo está à frente deles. As responsabilidades de Israel na travessia desse rio são surpreendentemente mínimas – basicamente colocar um pé após o outro. Há, entretanto, uma ordem que devem obedecer logo na partida. Josué diz ao povo: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3.5). A sequência é clara. Antes que Deus aja de forma maravilhosa diante dos olhos de Israel, o povo de Deus deve santificar-se no dia anterior. […]
Somos informados em Josué 3.15 e 4.18 que, quando Deus conduziu Israel através do Jordão, o rio “transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias da sega” (ou seja, era algum momento da primavera, cf. 4.19). Esta informação nos diz algo a respeito de Deus e desta estratégia específica. Deus não interrompe o fluxo do rio no meio da seca do verão, e sim exatamente quando a neve da primavera derrete nos lugares elevados do norte, dilatando a amplitude e profundidade do Jordão e avolumando as suas correntes. Estrategicamente, atravessar o rio em tempo de cheia pegaria os povos que viviam na outra margem desprevenidos e despreparados, mais do que estariam na estação quente e seca, quando o Jordão estaria raso o suficiente para que se pudesse, pelo menos em alguns pontos, passar a vau.
Esse grande e poderoso Deus é o mesmo ontem, hoje e será eternamente!
Introdução aos livros históricos, de Victor P. Hamilton, Cultura Cristã