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MQV Jr.: Lição 8 – Homem e mulher os criou

PARA REFLETIR

O evangelho nos mostra a bondade dos limites

Nós vemos que a nossa sociedade está treinando rapazes e moças a pensarem erradamente sobre gênero e sexualidade. Ela está lhes dizendo coisas como: não há diferenças essenciais entre homens e mulheres; você pode mudar o seu gênero se quiser, e isso é totalmente aceitável; você pode ser atraído a quem vier mais naturalmente a você – meninos podem gostar de meninos, meninas podem gostar de meninas; e, finalmente, não há responsabilidades ou chamados que estão conectados ao fato de ser homem ou mulher – você faz o que gosta.

Todos nós já escutamos esse tipo de mensagem repetidas vezes: “Você é excepcional. Você é uma estrela! Você pode ser o que quiser! Não há limites para você na vida”. Muitos de nós têm ouvido essa formulação tantas vezes que já se tornou automática, impregnada em nós e, de modo natural, consideramos que seja verdade.

Esse raciocínio está incorporado na cultura moderna. Porém, ele não é apenas um mantra brega. É um sistema espiritual em si, um tipo de “deísmo narcisista otimista”. Sua perspectiva básica é:

•  A vida diz respeito, fundamentalmente, a mim.

•  Eu mereço que a vida melhore e que me permita realizar todos os meus sonhos.

•  Deus existe para me abençoar e fazer meus sonhos se realizarem.

Um resultado importante dessa maneira de pensar é este: você acaba crendo que não tem limites e que, se alguém sugerir que você tem, isso é mau. Essa perspectiva é desastrosa para a nossa saúde espiritual. Ela deixa de considerar a nossa corrupção, nossa pecaminosidade inerente, que significa que tudo em nós foi corrompido pela queda de Adão (veja Is 64.6; Rm 3.10-18).

Essa perspectiva tem influenciado a maneira como muitas pessoas olham para seu corpo e sua vida. Elas dizem: “Eu posso ser o que eu quiser ser”. Se homem ou mulher, não significa nada no final. Não há estrutura ou ordem na vida. Há muitas decorrências desse problema. Se um casal estiver casado e o homem sente que não deve trabalhar, então ele fica em casa. Se a esposa realmente deseja não passar muito tempo com seus filhos, ela não passa. Se um adolescente se sente como se fosse mulher, ele está livre para incorporar sua feminilidade. Se uma mulher de vinte e poucos anos se sentir atraída por outra mulher, então ela deve agir por esse instinto. O deísmo narcisista otimista nos diz que qualquer coisa que quisermos fazer ou ser será ótima. Deus é o grande motivador no céu. Não importa o que fizermos, ele está do nosso lado. Ele aprova todos os nossos desejos e aplaude todos os nossos instintos.

Tragicamente, hoje em dia muitas pessoas seguem um deus de conto de fadas. O Deus da Escritura não é nosso “coach” da vida. Ele é o nosso Senhor. Como cristãos, nós estamos acostumados a essa palavra, e, assim, ela perde seu significado mais profundo. Esse título divino significa que Deus é nosso dono. Ele é nosso soberano. Ele é nosso governante e estabelece o tom para o que é certo e errado. Ele nos chama para prestarmos conta do nosso pecado.

O evangelho traz tanto más notícias quanto boas-novas. Ele nos informa que nós somos pecadores e destinados ao julgamento eterno (Ap 20.14). Ele nos chama para sermos recriados (Cl 3.1-10). Nossa necessidade principal não é afirmação, mas transformação pelo poder de Cristo (Rm 12.1-2). Quando o assunto é sexualidade, nós temos limites estabelecidos por Deus. Esses limites não são maus; eles são bons para nós. Os homens são vocacionados para serem homens. As mulheres são vocacionadas para serem mulheres. Nós não estamos livres para escolher nossas predileções sexuais. Nós não temos autoridade para refazer nosso gênero.

O evangelho abre os nossos olhos para a bondade da nossa masculinidade e feminilidade, e a beleza correspondente a viver de acordo com a vocação de Deus. Nós não estamos radiantes por nos vermos livres dos limites de Deus que são sábios e cheios de vida. Quando Adão e Eva deixaram de ouvir a Deus desobedecendo a seus mandamentos e ignorando seus limites divinamente ordenados, eles caíram, e todos nós caímos com eles (Gn 3.1-7). Não foi vida que veio por intermédio da imprudência deles, mas morte.

Em todos os lugares ao nosso redor, a nossa cultura celebra a rebelião e a obstinação. A Escritura nos convoca a algo melhor, e esse chamado abarca toda a nossa identidade, inclusive nossa masculinidade ou feminilidade. Não tente se tornar algo que você não é. Aceite quem Deus fez você para ser e o que ele o chama para ser em sua Palavra. Lá, e não nos credos egoístas, é onde você encontrará a verdadeira felicidade e a verdadeira liberação (Criados para alegria, de Jonathan Parnell e Owen Stacha, Cultura Cristã).

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