“Tendo Davi servido à sua própria geração conforme o desígnio de Deus, adormeceu (…)”(At 13.36).
Durante a sua primeira viagem missionária, o apóstolo Paulo falou numa sinagoga sobre a ressurreição de Cristo. No meio da exposição, ele mencionou, quase entre parênteses, algo sobre o rei Davi. Ainda que aquela informação complementar fosse omitida, isso em nada mudaria a argumentação do apóstolo. Mas o Espírito Santo achou por bem incluí-la, pois é como um epitáfio, uma inscrição do Senhor no túmulo desse servo.
Há três coisas importantes neste in memoriam…
a) ele serviu, b) à sua própria geração, e c) conforme o plano de Deus.
- Sim, o Senhor nos diz que o grande Davi serviu e, nesse sentido, era um tipo do Senhor Jesus Cristo, que veio para servir e a quem fomos chamados para imitar (Mc 10.45; Ef 5.1).
- Depois vem o que parece uma informação redundante: Davi serviu à sua própria geração. A quem ele poderia servir a não ser aos seus contemporâneos? Mas, às vezes, um dos nossos problemas é que dizemos: “Ah, se eu tivesse vivido naquele tempo ou lugar, teria servido melhor”. Engano, querido irmão, pois quem não quiser servir aqui e agora (hic et nunc) não servirá nunca a ninguém.
- Finalmente vem o elogio maior: Davi serviu conforme o plano de Deus. Alguém poderia pensar: “Isso é louvar Davi demais, porque me lembro de muitos problemas na vida dele!” Sim, mas você se lembra também do seu segredo? Está num dos seus hinos: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada…” (Sl 32.1). E, por isso, Davi podia começar novamente. Aprendamos da Bíblia e da história da igreja que não precisamos ter medo de pecados confessados. O que estraga o trabalho de muitos dos servos do Senhor são os pecados não-confessados e os não-perdoados.
Se você realmente quer ser uma serva ou um servo fiel, leia mais uma vez calmamente aquele in memoriam no túmulo de Davi: “tendo servido à sua própria geração conforme o plano de Deus”.
Eu quero servir assim hoje; você também?
De Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.