“A tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4).
Como sou grato ao SENHOR que, muitas vezes, me dá um “puxão de orelha” como meu pai costumava fazer. Deus me corrige principalmente pela sua Palavra, e sei que é por amor (Hb 12.6).
Sabemos que crianças são diferentes umas das outras. Portanto, é preciso discipliná-las de formas diferentes. Uma delas tal vez precise somente de um olhar para entender. Com outra, talvez seja preciso se falar em tom sério. Mas, uma terceira requer castigo mesmo, o qual dói mais no coração dos pais do que na criança.
Mas será que realmente podemos dizer: “A tua vara me consola”? Ninguém dirá que a disciplina é agradável, mas o Espírito Santo nos convence de que é para o nosso bem. Geralmente, Deus usa as pessoas que estão perto de nós para nos admoestar, como o próprio patriarca Abraão, que foi alertado para escutar sua mulher (Gn 21.12). Quando a sua esposa tem uma crítica, é porque ela procura o melhor para você. Será que você é macho demais para aceitar sugestões da sua esposa? Coitado de você; coitada de sua esposa!
Será que aceitamos a disciplina do Senhor?
Certo dia me ocorreu o seguinte: eu estava longe da nossa casa e de repente senti como se o Senhor me dissesse: “Diga àquele homem: Provérbios 29.1”.¹ Eu me assustei, pois sabia o que o versículo dizia e também conhecia aquele homem, que era rebelde contra Deus. Vacilei, mas tinha de ser aquele versículo mesmo. Entrei na vila, torcendo para que não me encontrasse com ele, mas foi a primeira pessoa com quem me deparei. Pedindo desculpas por ser somente um “carteiro”, entreguei a mensagem, mas ele nem reagiu. Alguns dias depois me telefonaram, pedindo que fosse ao hospital onde ele estava à beira da morte…
Não sejamos como o homem naquela história triste, mas, sim, como Davi que disse: “A tua mão pesava sobre mim… Confessei-Te o meu pecado… Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada” (Sl 32). Muito obrigado, Senhor, que a tua vara e o teu cajado me consolam.
De Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.
¹ “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.”