A comemoração do Natal não conta com a unanimidade dos cristãos. Alguns não observam essa efeméride e outros se opõem a isso. No passado, Herodes enfureceu-se com a notícia de que um menino havia nascido para ser o rei dos judeus. Os escribas, doutores na lei, trataram o caso com fria indiferença. Os magos e os pastores, porém, se alegraram sobremodo em Jesus e o adoraram. Aqui, vamos examinar três razões por que comemoramos o Natal.
A vinda de Jesus ao mundo foi o cumprimento de um plano eterno de Deus
Em primeiro lugar, comemoramos o Natal porque a vinda de Jesus ao mundo foi o cumprimento de um plano eterno de Deus. Antes mesmo de Deus criar o universo, ele já havia traçado um plano, segundo o qual a decisão de dar o seu Filho para resgate de um povo já estava firmado. Toda a história da humanidade até o nascimento do Messias foi uma preparação para a sua chegada. Todo o Antigo Testamento apontou para o nascimento de Jesus. Quando todo o cenário estava pronto, então, ele nasceu. Esse acontecimento auspicioso foi celebrado com efusiva alegria. Anjos e homens se alegraram. Céus e terra celebraram. Se o primeiro Natal foi proclamado com tanto entusiasmo, por que não deveríamos nós, de igual modo, render louvores a Deus pela suprema dádiva de seu amor? Porque o Natal fala do nascimento do nosso Salvador e porque ele é o centro da História e a razão da nossa vida, devemos com toda a reverência e santo fervor exaltar a Deus por tão grande prova de amor.
A mensagem do Natal é a mais auspiciosa notícia vinda do céu à terra
Em segundo lugar, comemoramos o Natal porque a mensagem do Natal é a mais auspiciosa notícia vinda do céu à terra. O Natal foi anunciado pelo anjo aos pastores de Belém, como a melhor notícia que o mundo já tinha ouvido. Essa mensagem é a única capaz de interromper o medo avassalador que assalta o coração humano. Acabava de chegar ao mundo, o Salvador, o Messias, o Senhor. Jesus não é um dentre muitos salvadores. Ele é o Salvador. Não há qualquer outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é o Messias prometido. Para ele apontaram as profecias do Antigo Testamento. Ele foi simbolizado pelo santuário, pela arca da aliança, pelo templo, pelos sacrifícios judaicos, pelo sábado. Ele é o desejado de todas as nações. Ele é o Senhor dos senhores, diante de quem todo joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra. Anjos, homens e demônios precisam se curvar e confessar que Jesus é o Senhor. Como não comemorar esse fato tão glorioso e essa mensagem tão sublime? Como não exaltar Aquele que, por amor de nós, esvaziou-se, encarnou-se, morreu e ressuscitou para a nossa redenção?
O significado do Natal tem sido esvaziado e distorcido pelo secularismo consumista
Em terceiro lugar, comemoramos o Natal porque o significado do Natal tem sido esvaziado e distorcido pelo secularismo consumista. O mundo, com seus devaneios, esforça-se para desfigurar o verdadeiro sentido do Natal. O bojudo Papai Noel, garoto propaganda do comércio insaciável, tenta ocupar o centro dessa festa cristã. As ruas enfeitadas, a troca de presentes, as mesas gastronômicas e os arranjos e adereços multicoloridos tentam ofuscar a personagem central dessa celebração. Em virtude de tantos acréscimos e tantos desvios, nós cristãos, precisamos recristianizar o Natal e devolvê-Lo ao seu verdadeiro dono. A igreja cristã é a única instituição que pode ensinar aos homens o verdadeiro significado do Natal. Se nos calarmos acerca dessa celebração, à luz das Escrituras, a sociedade cada vez mais secularizada e Cristofóbica, não poupará esforços para paganizá-la. O mundo já empurrou Jesus para fora do Natal, mas não é por isso que devemos deixar de celebrar o seu verdadeiro significado. Não cultuamos nessa data os símbolos natalinos fabricados no laboratório do enganoso coração humano, nem o comércio com suas luzes ofuscantes; adoramos a Jesus, o Verbo que se fez carne, o Filho de Deus, nosso Salvador, a razão da nossa esperança!
Texto extraído do Jornal Brasil Presbiteriano, Ano 62 nº 793 – Dezembro de 2020
O Rev. Hernandes Dias Lopes é o Diretor Executivo de Luz para o Caminho e colunista regular do Brasil Presbiteriano.