Daniel 3
Como criança e como jovem, algumas vezes me perguntei e me preocupei sobre como seria estar na posição deles. Eu tive dúvidas se seria tão firme no serviço do Senhor como esses jovens foram; eu temia ceder sob pressão. Quando cresci me dei conta de duas coisas. Primeiro, Deus não prometeu dar-nos a graça para enfrentar todo tipo de situação desesperadora na qual viermos a imaginar nos encontrar. Ele prometeu nos sustentar somente naquelas em que ele realmente nos colocar. Ele, portanto, não prometeu que seríamos capazes de imaginar como poderíamos passar pelo fogo em seu nome, mas prometeu que, se ele nos conduzir pelo fogo, nos dará graça suficiente para aquele momento. Como o maná, graça não é algo que pode ser estocada para depois ser usada: cada dia recebe seu próprio suprimento.
Segundo, portanto, passei a ver que a mesma batalha está acontecendo, na verdade, diariamente no meu coração por coisas bem menores. Declararei que o Senhor é o meu Deus, a quem serei fiel, custe o que custar, ou me prostrarei ante a multidão de ídolos brilhantes que esse mundo me apresentar? Esses ídolos não são estátuas físicas diante de nós, obviamente; são os vários prazeres, desejos e atitudes que a sociedade me diz que preciso ter se quiser estar pleno e levar uma vida que vale a pena. Eles prometem me abençoar se eu me prostrar diante deles, mas me amaldiçoar e arruinar minha vida se eu não cumprir suas demandas.
A pressão da conformidade: resistindo aos ídolos que disputam nosso coração
Para alguns, a imagem de ouro é o respeito e a admiração de outros. Como os jovens, frequentemente sentimos que a pressão é ser mais um “na multidão” na escola, embora o custo da admissão naquele clube seja que não devamos mostrar respeito aos nossos pais, falar sobre Deus ou manter-nos mental e fisicamente puros até o casamento. “Ajoelhe-se diante de mim” a imagem diz, “ou eu o jogarei na fornalha ardente da zombaria e ridicularização dos seus pares”.. […]
Não há uma arma apontada para nossa cabeça. Mas, no nosso caso, não é necessário nenhuma, pois somos, com frequência, facilmente persuadidos a pôr o Senhor em segundo lugar em relação ao ídolo. Na verdade, nosso coração é ainda mais condenável pela pequenez da pressão sob a qual ele se dobra e ajoelha. Não parece ser para nós a grande declaração de que, aconteça o que acontecer, nunca nos curvaremos aos ídolos do nosso coração. Não somos como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Em vez disso, muitas vezes escorregamos, quase sem pensar, em uma reverência diária às demandas dos nossos ídolos, como o resto da multidão na planície da Babilônia. Quando ficarmos de pé para nossos ídolos, é melhor que estejamos preparados para experimentar sua ira. […]
A transformação contínua
Para aqueles que creem, o poder de Deus opera para nos salvar da ameaça do julgamento de Deus, que tanto merecemos, e também para realizar seu perfeito plano em nós. Ao trazer todas as nações e uni-las em seu novo povo, a igreja, o Senhor não nos deixará quando nos acharmos escravizados aos nossos ídolos. Ele promete que, progressivamente, ao longo do curso da nossa vida, purificará nosso coração. Essa obra não será completada deste lado da glória, é claro.
Nossos ídolos continuam tendo uma poderosa pegada e seu contínuo poder sobre nós é um dos principais meios que o Senhor usa para nos mostrar quão desesperada seria a nossa situação sem ele. Por meio dessas experiências amargas de falha pessoal e comprometimento, vemos a profundidade de nossa própria depravação pessoal e a extensão da graça do Senhor ao nos salvar. Porém, ao mesmo tempo, em meio ao fogo da vida temos a certeza de sua presença conosco no presente e no glorioso futuro com ele nos céus.
Como podemos, eu e você, responder a essas notícias? Certamente, devemos amavelmente dobrar nossos joelhos ao Senhor e cantar seus louvores diariamente, mesmo quando todos ao nosso redor se recusarem a fazê-lo. Devemos estar dispostos a dar nossa própria vida em vez de ceder, uma única vez, às demandas de nossos ídolos. E devemos celebrar aquele que passou pelo fogo da ira de Deus sozinho em nosso lugar: Jesus Cristo, nosso Redentor e Salvador.
Estudos bíblicos expositivos em Daniel, de Iain M. Duguid, Cultura Cristã