Trabalho em andamento

Jeremias 18

A principal razão pela qual Deus levou Jeremias a casa do oleiro era advertir sobre o juízo. Mas a imagem do Oleiro e do barro também consola. Se Deus é o Oleiro, então ele pode fazer algo a partir da massa de barro que menos parece promissora. Isso também faz parte da sua soberania.

Eugene Peterson escreve: Ninguém nunca conseguiu fazer um pote de barro que seja apenas um pote de barro. Cada pote também é uma forma de arte. A arte da cerâmica está sempre mudando sua forma à medida que os oleiros encontram novas proporções, maneiras diferentes de moldar os potes em combinações agradáveis de curvas. Não há cerâmica que, além de útil, não mostre evidências de beleza. A cerâmica é artisticamente moldada, projetada, pintada, esmaltada, queimada. É um dos itens mais funcionais da vida; também é um dos mais belos.[…] Útil e belo. Funcionalmente necessário e artisticamente elegante ao mesmo tempo, sem o pensamento de que os dois elementos poderiam ser separados.

O oleiro divino

É necessário um artista paciente para fazer um pote que seja tanto bonito quanto útil. É preciso o tipo de oleiro que Jeremias observou, um que se recusa a desistir do seu trabalho. Quando viu um defeito no barro, ele não o jogou fora; ele o trabalhou para transformá-la outra coisa. F. B. Meyer chama esse vaso de “um memorial da paciência e da longanimidade do oleiro, de seu uso cuidadoso do material e do seu poder de restaurar a perda e fazer algo do insucesso e da decepção”.

O mesmo poderia ser dito do povo de Deus, Israel. Embora tivessem ficado oprimidos por um tempo, como Jeremias profetizou, Deus os refez, transformando-os num belo reino.

O mesmo também pode ser dito de todo cristão. Nós entramos neste mundo como tantos potes de barro. Nossas vidas são marcadas com manchas e impurezas. Nós não somos úteis nem bonitos. Assim como o barro, não somos tão fáceis assim de se trabalhar. Precisamos ser criados novamente, e é isso que o Espírito Santo faz na vida de um pecador que crê em Cristo. Ele o transforma em algo útil e bonito. Se você conhece Cristo, então você é um memorial da paciência e longanimidade de Deus, de seu uso cuidadoso do material e seu poder de fazer algo a partir do malogro.

Você está feliz com a forma como Deus está moldando sua vida?

Muitas vezes, o Senhor faz de nós algo que não temos em mente. Passamos por decepções amorosas. Enfrentamos doenças no nosso corpo. Desanimamos em nosso trabalho e nos desesperamos no nosso lar. Por uma razão ou outra, frequentemente ficamos infelizes com a forma que a vida está tomando. Muito provavelmente, se você estivesse atrás do torno do oleiro, você se daria um formato diferente. Nesse caso, você assumiria a posição do Oleiro e tiraria o Senhor do controle do torno?

Você não é o Oleiro. Você é apenas barro. A coisa certa para o barro fazer é confiar no Oleiro e entregar-se às suas hábeis mãos. O reformador suíço Ulrico Zuínglio (1484-1531) certa vez escreveu a um amigo: “Eu imploro a Cristo por essa única coisa, que ele me capacite a suportar todas as coisas com coragem e que ele me quebre como um vaso de oleiro ou me faça forte, como lhe aprouver”.

Você está disposto a confiar no Oleiro?

Crê que ele sabe mais, projeta melhor, molda melhor e a decora melhor? Se você deu seu coração a Deus, pode confiar nele para transformá-lo em algo útil e bonito. Se isso parece difícil de acreditar, é porque ele não está nem perto de acabar ainda. Ele está dedicando tempo para trabalhar nas partes da sua vida que ainda estão irregulares e desalinhadas. Talvez, ele precise esmagar algumas partes, e refazê-las do zero novamente. Você confiará nele – realmente confiar nele – para fazer o que é melhor?

Adelaide Pollard (1862-1934) escreveu um hino sobre o barro disposto, um tipo de barro que permanece no torno enquanto o Oleiro o molda com suas mãos:

_{Estudos bíblicos expositivos em Jeremias e Lamentações, de Philip Graham Ryken, Cultura Cristã}