“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15).
Somos mordomos do Senhor! Deus colocou o homem no Paraíso como seu administrador, que podia desfrutar de tudo. Em troca, Deus queria uma administração fiel (Mt 24.45) e que o homem reconhecesse o direito do proprietário de receber a justa renda de louvor (Ap 7.12).
Esse mandato de cultivar a natureza não caducou mesmo depois da desobediência e da expulsão do Jardim (Sl 8.6). Somos responsáveis pela “cultura da natura”: domar os animais, desbravar matas, desenvolver regiões inteiras, fazer pesquisas no solo subterrâneo, nos mares, na atmosfera, no corpo e nas profundezas da alma do próprio homem. Que confiança foi depositada no homem! Os cientistas que estão pesquisando os segredos que Deus guardou dentro da criação estão descobrindo mais e mais este macro e micro-cosmos belíssimo, um conjunto harmonioso. Até as menores coisas revelam um projeto inteligente e assim apontam para o projetista. Quão grande és Tu!
Mas será que a administração humana deu certo?
Na parábola da vinha, o proprietário de uma vinha arrendou-a e foi de viagem (Mc 12). Ao mandar um servo buscar a renda, responderam com pancadas e até mataram o filho do dono, lançando-o fora da vinha (Hb 13.12). Então, o narrador, que era o próprio Filho de Deus, perguntou: “O que Ele fará com os arrendatários?” A resposta é clara: vão perder o privilégio que receberam como responsáveis por aquela boa terra.
Hoje, cientistas assustados descobrem que os próprios moradores desta terra estão tornando-a num caos. Na sua ganância, não têm respeitado Seu mandato e a tem tornado cada vez mais inabitável (Is 45.18). Por causa dessa “violência contra a terra” (Hc 2.17), uma ecologia sadia é obrigação de todos nós. Pois o mandato incluía não somente o cultivar, mas também o guardar. Uso sem abuso para ter mais shalôm, também no nosso Brasil. “Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor! (Jr 22.29).
De Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.
