O desenvolvimento da criação
Tudo está pronto. No sexto dia, todo o processo criativo é completado com a formação do homem e da mulher e, no sétimo dia, Deus descansa do seu labor. Mas, esse não é o fim. Embora Deus tenha se retirado do trabalho da criação, colocou uma imagem de si mesmo na terra com o mandato de continuar. Deus formou a terra e a preencheu, mas não completamente. As pessoas devem agora prosseguir na obra do desenvolvimento: sendo frutíferas, devem enchê-la ainda mais; subjugando-a, devem formá-la ainda mais. A humanidade, como representante de Deus na terra, prossegue do ponto em que Deus parou. De agora em diante, o desenvolvimento da terra criada será social e cultural em natureza. Numa única palavra, a tarefa à frente é a civilização. (…)
A criação não é algo que, uma vez feito, permanece estático. Há, por assim dizer, um crescimento (embora não num sentido biológico), uma revelação da criação. Isso acontece mediante a tarefa que as pessoas recebem de realizar as possibilidades de desenvolvimento implícito na obra das mãos de Deus. A realidade determinada da ordem criada é tal que é possível se ter escolas e indústria, produção de cópias e construção de foguetes, bordado e xadrez. A lei criacional clama para ser expressa em formas novas e surpreendentes. Todo o vasto conjunto da civilização humana não é o panorama inspirador das realizações criativas do próprio eu, mas é a demonstração da maravilhosa sabedoria de Deus na criação e o significado profundo da nossa tarefa no mundo. (…)
Talvez o símbolo mais apropriado de desenvolvimento da criação a partir do passado primitivo até o futuro escatológico seja o fato de que a Bíblia começa num jardim e termina numa cidade – uma cidade cheia de “glória e honra das nações”.
Ansiamos por esse dia, mas até lá vamos prosseguir realizando as tarefas para as quais fomos chamados.
Adaptado de A criação restaurada, de Albert M. Wolters, Editora Cultura Cristã